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Por Rodrigo Callais*

Turismo, propulsor de empregos e da economia

Em nossa região a atividade econômica do turismo é a que mais movimenta a economia e gera empregos direta e indiretamente. Verifica-se em nossa gente a capacidade de bem servir, acolher e tratar os que aqui vêm para aproveitar momentos de descanso, fazer negócios ou dar uma saída da rotina.

Crédito foto: Roque Tomazeli | RG

A veia histórica de vinculação dos moradores de nossa terra com o turismo remonta ao tempo em que nossas cidades eram estâncias de veraneio e que com o tempo viram na atividade turística uma forma de fomentar e movimentar a economia de toda a região criando grandes eventos, utilizando-se das belezas naturais que aqui existem, primando pela organização e limpeza dos espaços públicos e da educação civilizatória para o bom convívio social.

Também se tornou a atividade que gera milhares de empregos em hotéis, restaurantes, comércios e ainda foi capaz de elevar ainda mais o nome da Região das Hortênsias para todos os cantos do país e do mundo, tornou os nomes das cidades verdadeiras marcas e assim temos, por exemplo, o “chocolate de Gramado”, os “móveis de Gramado”, as “malhas de Nova Petrópolis”, consequentemente movimentando toda uma cadeia econômica que valorizou-se pela cultura de elevar o status de toda uma região.

O turismo em nossa terra proporcionou a mim, Rodrigo Callais, meu pai, meus amigos e vizinhos condições de ter uma interação social com vários tipos de pessoas e culturas, veja que muitos vieram de fora e fizeram aqui sua residência, formaram suas vidas e famílias a partir do labor no turismo, assim temos muitos paranaenses, catarinenses, gaúchos das missões e de outros rincões, baianos, paraenses, paulistas, ou seja, nossa terra abraçou e recebe a todos que querem viver bem e ajudar nossa região a crescer com desenvolvimento e qualidade de vida.

Apesar de todo este nosso histórico regional, infelizmente o que se vê nos últimos tempos é um verdadeiro ataque silencioso ao desenvolvimento do turismo em nosso Estado e no país, pois diferentemente do que vinha sendo implementado nos últimos anos desde o ano de 2000, se verifica que após o ano de 2016 há um verdadeiro retrocesso na política de apoio ao turismo nacional e desde 2015 o mesmo atraso tem sido visto no nosso Estado, pois tem havido falta de gestão que dialogue com o setor turístico e atualmente vemos somente ocupação de cargos sem haver políticas que desenvolvam e impulsionem este importante setor.

Vide que no ano de 2009 o turismo representava 3,3% do PIB gaúcho e após a gestão na Secretaria de Turismo da então secretária Abigail Pereira se alcançou no ano de 2012 uma representação de 6% na economia do Estado, pois foram adotadas políticas de atuação e vinculação entre o governo, as empresas e os trabalhadores para desenvolver esta atividade que tanto o RS pode utilizar-se como propulsor de empregos e da economia, pois é um dos principais destinos do país.

Houve por parte do governo assessoramento direto para os municípios formarem cadeias de promoção local e regional de atrações, houve apoio ao setor privado para a ampliação de eventos e diversificação de atividades, e aos trabalhadores houve a promoção de qualificação técnica como o PRONATEC e o Tchê Qualifica que levaram educação e evolução para os trabalhadores e consequentemente para as empresas, bem como, a apresentação do Plano de Desenvolvimento do Turismo que hoje, infelizmente, se vê abandonado.

Enquanto isso, o turismo no ápice nos anos de 2012/2014 pode gerar ganhos aos trabalhadores de aumento remuneratório, conquistas de direitos como adicionais por tempo de serviço anual, auxílio creche, dentre outros que fazem com que quem trabalhe no ramo tenha a vitalidade e a vontade de sempre tentar algo a mais, ou melhor, para si e para todos que atende.

Mas, devido aos retrocessos e ao desleixo dos últimos tempos de governos comprometidos somente com o capital financeiro, bancos e rentistas que vivem somente de especulação e juros tivemos estagnada a economia no setor que mais pode melhorar a vida de todos, assim concluo que deve haver entendimento de que os trabalhadores e os empresários no turismo tem de buscar irem juntos na construção de caminhos melhores, mas principalmente devem ver que se faz necessário um Estado forte e participativo para que voltemos a ter dias com maior satisfação, mais empregos e melhores condições para todos com um turismo forte e pujante por todo o nosso Rio Grande do Sul.

*Rodrigo Callais (foto) é vice-presidente licenciado do Sindicato dos Trabalhadores no Comércio Hoteleiro e Similares de Gramado

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