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  • Por Roque Tomazeli*

O Parque dos Pinheiros, a satisfação pública e a resolução esperada


Crédito foto: Divulgação | RG

A iniciativa do prefeito Fedoca Bertolucci (PDT) de tornar público o estado de abandono e de deterioração das obras do Parque dos Pinheiros é legitima, mas o prefeito e a equipe do governo municipal, envolvidos a partir de agora na resolução do problema, ingressam num terreno movediço.

É bem verdade que o estágio atual das obras no parque apresenta um madeiramento podre, paredes de alvenaria com infiltrações, louças e torneiras dos banheiros arrancadas, parte elétrica inutilizada e falta de estação de tratamento para o esgoto a ser gerado no local, como foi mostrado e dito à Imprensa no encontro de quinta-feira, dia 13.

Como também é verdade que o Parque dos Pinheiros fica à margem de águas poluídas de um lago represado por uma cortina de concreto feita na década de 1980 (lago, este, que deveria abastecer a cidade com água nos momentos críticos e ser um atrativo turístico, mas que hoje recebe o esgoto ‘in natura’ de boa parte da Zona Norte de Gramado).

O que surpreende, depois de dada a compreensível e legitima satisfação pública, resguardando o atual governo municipal de eventual responsabilização pelo mau estado das obras existentes, é a decisão do prefeito de refazer os estragos.

Isto é, colocar mais dinheiro público em cima de uma estrutura física comprometida, para só depois discutir a administração das lojas, dos locais de consumo gastronômicos, a manutenção de trilhas, os pedalinhos, os serviços de segurança e tudo mais numa área de 130 hectares.

Talvez, é preciso considerar, a solução encontrada e apresentada publicamente, neste momento, seja a melhor para Gramado, a legal e mesma a única possível, descartada que foi uma parceria público-privada já.

Melhor no sentido de o atual governo municipal acreditar na capacidade própria de reconstituir o projeto original do Parque dos Pinheiros, de oferecer ao visitante um lago despoluído, instalações para consumo adequadas e segurança necessária.

No entanto, há mais de 30 anos que a Barragem do Parque dos Pinheiros e mais recentemente o Parque dos Pinheiros mancham reputações e consomem dinheiro público como num terreno movediço, sem que se note, até agora, uma única resposta satisfatória para a cidade.

Certamente isso acontece porque, na essência, o poder público não tem vocação para desempenhar funções típicas da iniciativa privada.

*Roque Tomazeli

O autor é jornalista e editor do Repórter Gramado

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