Mais empregos no mercado audiovisual do RS entre 2006 e 2018
Área das mais consolidadas da economia criativa, o mercado audiovisual envolve um total de 1.784 empresas no RS que geram 8.502 trabalhos formais e 2.796 microempreendedores individuais (MEIs). Os dados, referentes ao ano de 2018, mostram uma evolução de 18,9% no número de postos de trabalho permanentes na cadeia produtiva na comparação com 2006 e uma mudança no perfil das atividades mais relevantes.
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Enquanto a atividade de aluguel de fitas de vídeo e DVDs registrou queda significativa na geração de vagas no período (-84,1%), as áreas de produção cinematográfica (+134,3%), pós-produção cinematográfica (+146,5%) e de portais e provedores de conteúdo (+4.179,9%) tiveram destaque positivo.
Os dados, juntamente com uma avaliação conjuntural do segmento e perspectivas para a cadeia produtiva no RS, constam no estudo "Setor audiovisual no Rio Grande do Sul", produzido pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), e publicado nesta quarta-feira, 8.
A divulgação do material, elaborado pelo pesquisador Tarson Nuñez, dá sequência aos trabalhos desenvolvidos em parceria com a Secretaria da Cultura para subsidiar o RS Criativo, programa criado a fim de fortalecer a economia criativa do Estado. No documento, o pesquisador usa, entre outros, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre o mercado audiovisual, segmento que inclui atividades ligadas à produção, distribuição e exibição de materiais.
SEGMENTO A sazonalidade da produção – que amplia o número de vagas para além dos postos de trabalho permanentes – e a qualificação exigida em determinadas atividades para o trabalho no mercado audiovisual são destacadas no documento. A contratação por período de demanda é uma prática comum na área, bem como a remuneração acima da média para determinadas atividades.
Entre os exemplos citados estão o de funções como a de eletricista, que quando contratado em um projeto audiovisual chega a ganhar quatro vezes mais do que o piso da categoria, a de costureira, que recebe duas vezes e meia a mais, e de técnico de som, que chega a ter remuneração dez vezes maior.
No ranking nacional, de acordo com os dados mais recentes, o RS ocupa a terceira posição na produção audiovisual, atrás apenas de Rio de Janeiro e São Paulo. No número de filmes em longa-metragem produzidos entre 1995 e 2019, o RS tem uma participação de 4,9% do total do País, contra 34,8% de São Paulo e 44,7% do Rio de Janeiro.
PERSPECTIVAS Entre os aspectos conjunturais que mais afetaram o setor nos últimos anos, conforme o estudo, estão a pandemia do novo coronavírus e o recente desmonte das políticas públicas nacionais voltadas ao mercado audiovisual.
Na relação com as questões sanitárias, o impacto não foi sentido apenas no RS, pois dados do governo federal de 2020 indicam que afetou especialmente no estoque de empregos das atividades relacionadas à exibição cinematográfica no País, com queda de 20,7% na comparação com o ano anterior.
Já os conflitos da gestão federal com o setor cultural indicavam, entre outros impactos, a interrupção de aproximadamente 700 produções audiovisuais no País ao final de 2020. Sobre perspectivas para a cadeia produtiva no RS, no documento é sugerida a formulação de um projeto estratégico que busque a "construção de uma sinergia das ações de todos os atores da cadeia, públicos e privados".
Crédito foto: Roque Tomazeli
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