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  • Por Roque Tomazeli*

Câncer de pele, mitos e verdades sobre a doença

A chegada do verão e das temperaturas mais elevadas é um convite para a realização de atividades ao sol. No entanto, a falta de cuidados com esta exposição pode ser a porta de entrada para um problema sério de saúde entre os brasileiros: o câncer de pele não melanoma, o tipo mais frequente no País. De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), esse tumor maligno é responsável por 31,3% do total de casos oncológicos e, embora tenha baixos índices de mortalidade, se não for detectado e tratado adequadamente pode deixar mutilações.

Exemplo de lesão benigna


O cirurgião de pele da Oncoclínicas RS, Ronaldo Oliveira, alerta sobre os mitos e verdades que cercam o câncer de pele, entre os quais o mito de que apenas estar à sombra já é proteção suficiente. O médico chama a atenção para a importância de proteger a pele da exposição aos raios ultravioletas do sol – UVA e UVB.

Também é preciso ficar atento aos sinais conhecidos como o ABCDE do melanoma: A é a assimetria, ou seja, uma lesão de pele em que suas metades não sejam idênticas; B refere-se a bordas, lesões cujas bordas sejam irregulares; C é de cores diferentes presentes na mesma lesão, por exemplo, marrom, preto, cinza ou até mesmo azul e vermelho; D está relacionado com lesões com diâmetros maiores do que 6 mm merecem atenção especial; e E significa evolução, ou seja, uma lesão que tenha demonstrado uma evolução recente, com mudança de parâmetros de avaliação.

ALGUNS MITOS E VERDADES

Estar na sombra ou debaixo do guarda-sol garante proteção total aos raios ultravioletas: mito.

São recursos importantes, porém complementares. Mesmo sob a sombra de uma árvore ou um guarda-sol, não se está totalmente protegido contra os raios ultravioletas. Portanto, o uso de protetor solar é fundamental para reduzir a possibilidade de danos à pele.

Tive câncer de pele, logo, não posso mais praticar esporte ao ar livre ou ir à praia: mito.

É necessário haver um equilíbrio entre esses hábitos. O paciente ou quem passou pelo tratamento deve se proteger e evitar a exposição deliberada aos raios ultravioletas. Isso inclui os picos de sol, que incidem das 10h às 16h. Mas essas práticas que geram bem-estar e qualidade de vida podem, sim, ser mantidas, desde que sejam planejadas para ocorrer no período e da forma mais adequados possíveis.

Todo câncer de pele vem da exposição ao sol: mito.

O raio ultravioleta desempenha papel muito importante. No entanto, o câncer de pele é uma doença multifatorial, com implicação genética e outros fatores.

Não há protetor solar à prova d’água: verdade.

Inclusive, é vetado indicar na embalagem de um protetor solar que este é a prova d’água. É importante observar que quando nos molhamos ou suamos, a camada de protetor solar é removida mais rapidamente. Portanto, recomenda-se cuidar essas situações e repassar a proteção com mais frequência.

Devo usar protetor solar mesmo em tempo nublado: verdade.

Muito da intensidade dos raios ultravioletas atravessa a camada de nuvens. Então, não podemos deixar de usar o protetor e ter os cuidados adequados.

Pele morena tem menos chance de ter câncer de pele e o uso do protetor solar não é tão necessário: mito.

As peles mais morenas têm proteção natural aos raios ultravioleta e esses indivíduos têm menos chance de contrair câncer de pele. Entretanto, também há casos nesse grupo e, por isso, a proteção não deve ser deixada de lado.

Sou mulher, tive melanoma e não posso mais ter filhos: mito.

Nesses casos, há uma premissa de que essa paciente deve esperar pelo menos dois anos para ter filhos. Porém, é importante o acompanhamento médico e deve-se levar em conta o estadiamento do melanoma, os tratamentos que a pessoas fez ou irá fazer e se há possibilidade de metástase. Ou seja, cada caso é analisado individualmente.

Tenho vitamina D baixa e preciso me expor ao sol: mito.

Sem menosprezar a importância da vitamina D, quem apresenta níveis baixos dessa vitamina não pode usar este fato como subterfúgio para se expor ao sol sem proteção adequada. A conversão da vitamina D com a exposição ao sol muitas vezes se faz necessária, mas os cuidados para quem tem mais propensão ao câncer também são muito importantes.

*Com informações de Moglia Comunicação


Crédito foto: divulgação Moglia Comunicação


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