PCdoB de Gramado faz seminário sobre Cuba e brigadas de solidariedade
Com a presença como palestrantes do cônsul de Cuba em São Paulo, Antonio Mata Salas, do jornalista, historiador e representante da Organização de Solidariedade dos Povos da África, Ásia e América Latina (OSPAAAL), Santiago Feliú Miranda, e do presidente da Fundação Mauricio Grabois RS, Raul Carrion, o PCdoB de Gramado realizou um seminário domingo, dia 4, para ampliar as relações entre brigadistas da Região das Hortênsias e Cuba.
Rodrigo Callais, Antonio Mata Salas e Raul Carrion
Sobre as brigadas, o presidente do PCdoB de Gramado, Rodrigo Callais, explicou que são pessoas (brigadistas) de vários países que levam solidariedade ao povo cubano e que lá participam de trabalhos voluntários na região rural, bem como de atividades políticas e culturais nas cidades.
– Fiquei 17 dias em Cuba, no início do ano, visitando partes do país. Constatei que o cubano acredita no país em que vive e expressa isso com bandeiras, que estão em toda parte. No parlamento, 48% são mulheres. Lá, deputado não tem salários. A população tem emprego, médico e professor. Voltei mais convicto na construção do socialismo – afirmou Rodrigo.
O ex-deputado estadual e atual presidente da Fundação Maurício Grabois (espaço do pensamento marxista e progressista do PCdoB), Raul Carrion, fez uma abordagem histórica da revolução cubana, da tentativa fracassada dos Estados Unidos de invadir o país e do bloqueio comercial imposto por lei pelo governo norte-americano, que atrasa a reaproximação dos dois países.
– Mais de 60% da população norte-americana quer o fim do bloqueio, quer viajar para Cuba. Dos 193 países membros da ONU, 191 votaram pelo fim do bloqueio, menos os Estados Unidos e Israel. Tem ainda a questão da Baía de Guantánamo, que os Estados Unidos precisam devolver para os domínios de Cuba – relatou Carrion.
CUBANOS NO ENCONTRO DE GRAMADO
Santiago Feliú Miranda, da OSPAAAL (organização criada por Che Guevara, em 1966) e da Revista Tricontinental, enalteceu o legado de Fidel Castro, da forma de governar para todos, colocando o ser humano no centro de tudo, e da busca da interação latino-americana.
Ele lembrou que os Estados Unidos tem histórico de intervir para depor presidentes eleitos pelo povo dos seus países. “Cuba tem médicos em 63 países do mundo, como aqui (Brasil). Mas Cuba não tem soldados em nenhum país do mundo”, comparou Santiago Feliú.
O cônsul Antonio Mata Salas retomou pontos do relato de Raul Carrion, afirmando que o embargo norte-americano tinha a intenção de jogar o povo contra o governo de Fidel Castro, mas não funcionou. “O povo resistiu às hostilidades dos Estados Unidos”, disse.
Segundo análise de Antonio Mata Salas, o reatamento das relações diplomáticas e comercias com os Estados Unidos, pondo fim ao embargo, também é um desejo da maioria do povo cubano, desde que respeitados as conquistas da revolução e o sistema político do país.
Quanto ao momento político brasileiro, o cônsul cubano manifestou inconformidade e apontou que a orientação do presidente de Cuba, Raúl Castro, é no sentido de não reconhecer o “governo golpista do Brasil”.
No encerramento, o presidente do PCdoB, Rodrigo Callais, leu um documento tirado do encontro e destacou o papel que a Associação Cultural José Martí da Região das Hortênsias passa a desempenhar na estrutura do partido em Gramado: solidariedade com Cuba e ampliação de brigadistas da região em viagens futuras ao país caribenho.
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