- Por Roque Tomazeli
Com o novo Corpo de Bombeiros Militar do RS a sociedade ganha, afirma comandante de Gramado
No comando do Corpo de Bombeiros de Gramado desde 2011, o major Maurício Ferro Correa (foto) mostra satisfação com o apoio recebido do poder público municipal e da comunidade. Ele fala da separação entre Bombeiros e Brigada Militar e sobre PPCI. Confira a entrevista.
P – A organização básica do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio Grande do Sul está concluída?
R – Existe uma alteração na Constituição do Estado que impõe a separação do Corpo de Bombeiros da Brigada Militar. Estamos neste processo de desvinculação desde 2015 e este ano deve ser concretizado, criando-se uma nova Corporação, com as características semelhantes às da Brigada Militar, porém, com orçamento e comando próprios.
P – Que tipo de melhoria o serviço público tem com a separação do Corpo de Bombeiros da Brigada Militar?
R – Nossas decisões de comando passarão a serem tomadas por efetivo técnico da área de bombeiro. As questões de gerência da Instituição serão tratadas diretamente com o governo por um representante do Comando dos Bombeiros Militares. A Corporação passará a ter representatividade semelhante a outras instituições de segurança. A sociedade é que irá ganhar com a melhoria na qualidade de nossa formação e treinamentos.
P – O quadro funcional e os equipamentos disponíveis na unidade local do Corpo de Bombeiros Militar são suficientes para atender Gramado?
R – Estamos bem equipados para atender às demandas rotineiras na área de bombeiro na cidade. Temos uma carência de efetivo de 50%, o que compromete a qualidade de alguns atendimentos. Com a chegada do novo caminhão de combate a incêndios e seus equipamentos, haverá um aumento significativo na eficiência de nossos serviços.
P – O Fundo Municipal de Reequipamento do Corpo de Bombeiros (Funrebom) corresponde à finalidade para a qual foi criada?
R – O Funrebom é responsável por 95% dos equipamentos, viaturas e mobília que temos disponíveis no quartel de Gramado. Graças aos investimentos efetivados nos últimos anos podemos equipar o Bombeiro Militar com materiais de última geração, garantindo sua segurança e maior eficiência no atendimento da comunidade. Com recursos do fundo possibilitamos que bombeiros realizem treinamentos fora do Estado e até fora do Brasil.
P – A legislação sobre o Plano de Prevenção Contra Incêndio (PPCI) é tida como rigorosa, cabendo ao Corpo de Bombeiros Militar o papel fiscalizador. O senhor vê problemas na lei?
R – Entendo que as últimas modificações da legislação tornaram-na muito flexível, impondo ao comerciante e ao profissional (engenheiro ou arquiteto) algumas responsabilidades que deveriam ficar com o Estado. Houve muita evolução nos últimos anos e o processo de mudanças destas normas é constante, o que nos faz acreditar que os problemas, ora encontrados, serão resolvidos da forma que traga maior segurança para a sociedade.
P – O corte de horas extras pode comprometer os serviços do Corpo de Bombeiros Militar?
R – Nossa atuação operacional e de fiscalização fica prejudicada com a falta de efetivo. Em razão da defasagem de recursos humanos, realidade de todo o Estado, nossos serviços ficam limitados ao repasse de horas extras. Em caso de catástrofes ou ocorrências de vulto nosso pessoal atua, mesmo sem estar escalado, mas ordinariamente não podemos adotar esse procedimento.
P – São 17 anos de serviços na Região das Hortênsias. Alguma razão especial?
R – A região é muito próspera, acolhedora e segura. Essas qualidades aumentam a satisfação e o bem estar de qualquer pessoa que aqui estiver. Aqui podemos contar sempre com o apoio do poder público e da comunidade para as iniciativas da Corporação. Além disso, minha esposa é de Nova Petrópolis e tenho familiares em Gramado.
(Antes do Corpo de Bombeiros, em diferentes períodos, o major Maurício comandou o policiamento ostensivo de Canela, de Nova Petrópolis, de Gramado, e a Companhia Turística de Gramado.)
Crédito foto: ROQUE TOMAZELI
