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  • Por Roque Tomazeli*

Na história, a primeira eleição com urna eletrônica em Gramado

Em tempo de contestação e defesa do sistema eleitoral do País, adotado em 1996, com uso da urna eletrônica, agora opondo setores do Executivo, da Justiça Eleitoral, do Legislativo e de partidos políticos, segue o caso pioneiro ocorrido em Gramado (e no Brasil), no ano de 1999 – a eleição para o Conselho Tutelar.

Janete Tomazeli, Jandira Hermann, Geisa Schulze, Dorleila Thomas e Waldomiro Rissi, os eleitos em 1999


E tudo começou quando li, em Zero Hora, manifesto interesse do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) incentivando o uso da urna eletrônica em eleições pelo Estado. Era para popularizar o instrumento de votação, lançado três anos antes, em 1996 (ano em que apenas 57 cidades brasileiras utilizaram o novo sistema nas eleições municipais, conforme a Justiça Eleitora).


O interesse do TRE, em 1999, chegou exatamente quando a Secretaria do Trabalho, Habitação e Ação Social e o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Comdica) preparavam a segunda eleição para o Conselho Tutelar de Gramado – a primeira foi em 1996.


A partir disso, levei o assunto ao conhecimento do presidente do Comdica, Enoque Marques Alves, e, juntos, fomos à presença do juiz Cyro Púperi solicitar a intermediação da Justiça Eleitoral de Gramado com o TRE no sentido de solicitar o empréstimo das urnas eletrônicas – requerimento aceito.


Estava pronta a base para a primeira experiência com urna eletrônica em Gramado, ocorrida no dia 11 de setembro de 1999, com a eleição para o Conselho Tutelar. A disputa contou com 34 candidatos e 3.414 eleitores (18% do total habilitado a votar).


Quase 22 anos depois, ainda é a mais participativa em número de candidatos e eleitores no Município (sete vezes mais votantes que em 1996), e tida como pioneira no Brasil usando urna eletrônica.


SISTEMA E VOTAÇÃO

O sistema de votação foi desenvolvido pelo diretor da empresa gramadense RDC Informática, Carlos Dal Ri, seguindo o modelo de cinco algarismos para cada candidato, começando sempre pela centena 956 (centena inicial do CEP local, 95670-000) e mais dois algarismos – maneira de evitar uso de números de partidos políticos.


A votação foi concentrada em quatro locais: Escola Caramuru, no Bairro Várzea Grande; Centro de Cultura, no Centro; Clube Minuano, no Bairro Floresta; e Escola Senador Salgado Filho, no Bairro Piratini.


O Ministério Público (com a promotora de Justiça Fernanda Dillenburg) acompanhou o processo, sem restrições.


OS ELEITOS

Dorleila Thomas (250 votos);


Jandira Moschen Hermann (249 votos);


Maria Janete C. Tomazeli (203 votos);


Waldomiro Rissi (182 votos);


Geisa Faleiro Schulze (180 votos).


Em Gramado, há 22 anos, eleições funcionam bem com a utilização das urnas eletrônicas.


Crédito foto: Cleiton Thiele


*Jornalista, editor do Repórter Gramado e, em 1999, secretário do Trabalho, Habitação e Ação Social (governo Nelson Dinnebier 1997 – 2000).





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